Tropecei no tapete
Pelo excesso de sujeira
Que alguém varreu para debaixo dele
E ao cair não sentia dor
Porque mentira não costuma doer
Ao menos não é essa a intenção
Vi tanto lixo, sujeira, escombros
Resquícios de qualquer coisa
Que tu ou eu tentamos criar
Seria preciso mais olhar, mais cuidado
Precipitado que sou, concluí
E assim seria mais seguro atravessar
Mas vi
E entendi
E entender privou-me de sentir
Talvez pelo oposto ter sido amigo, antes
Atingi o âmago da verdade
Nas mentiras que me contaste
Intencional ou não "mente"
Àquela altura, sim, senti a dor
- Prova mais concreta do meu amor -
Porque a dor foi puro egoísmo:
Foi saber que eu fui a presa
E não voltaria da mesma forma
Emergiria, é claro, mas seria outro
Uma nova energia, um novo olhar
Por fim
me vi
só
Jeün
Meu coração pulsando no cérebro
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Carta para meu EU de 17 anos
Como é bom lhe ver
Seu rosto é bem mais vívido, agora.
Há alegria em seus olhos
E sinto tanta falta de vê-la!
Gostaria de conversar com você
Sempre, outra vez...
Sabe esses sonhos que te perseguem agora?
Você precisa acreditar neles.
Mais que isso, precisa fazer algo por eles
Ou eles irão morrer.
Sabe aquelas pessoas que lhe declararam amor?
Que disseram que queriam ficar com você?
Fique com elas, também.
Não perca seu tempo selecionando corações
Como seleciono perfis em sites de relacionamentos, hoje
O mundo é muito mais bonito
Se você confiar mais
As pessoas são boas, meu caro
Hoje eu posso lhe afirmar
Você será muito tentado a acreditar no contrário
E, por favor, não faça isso.
Queria lhe dizer que seu coração é nobre
Eu é que não soube lidar com isso
Achei que iria dar certo
Por favor, me perdoe.
Achei que fosse dar certo
Perdoe-me.
Peço que você seja forte
E lhe digo: não o tem sido. E será menos ainda, mais tarde.
Acredite muito, muito, muito mais em si mesmo!
O mundo pode até acreditar
Mas se você não o fizer, de nada adiantará.
Esqueça-se de filosofias baratas!
Ame as pessoas como se todas fossem uma só.
E não perca seu tempo dizendo que só ama quem te ama
Só um tolo diria isso!
- E veja só o que me tornei!
Antes de ir embora
Quero lhe dizer mais uma coisa
Você é lindo!
Não ouse acreditar no contrário.
Esse erro foi meu.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
domingo, 28 de dezembro de 2014
Ostracismo
Não vou carregar
O fardo que não me cabe
Não fui ensinado
Como ajudar
Não é minha responsabilidade
Seu fracasso
Não me culpe
Por não ter ficado lá
Não posso aceitar a culpa
De pecados que não foram meus
Por desvios que não cometi
Por ter sido fraco
E permitido a dor me abraçar
Não exijo qualquer razão
Entenda,
Não quero saber
Não me importa quantos
Caminhos você quis percorrer
Mas não posso violar meu ninho
Como quem se justifica por prazer
Por prazer, não quero!
E se for, que seja por amor
Mas não vou aceitar
E deixar você me atacar.
Eu sinto muito
Não ter sido capaz de aguentar
Podia ter guardado
Podia ter esperado
Mas, veja bem
Eu não sei enganar.
Não quero esconder meus olhos
Porque você já os viu
Minh'alma, meus planos
Não quero ter de mudar.
Mas olhe pra mim e veja
Eu sou um anjo ferido!
E não vou te negar...
Ainda não aprendi a amar.
Portanto, entenda
Que mesmo com toda essa calma
Ainda não aprendi a perdoar.
O fardo que não me cabe
Não fui ensinado
Como ajudar
Não é minha responsabilidade
Seu fracasso
Não me culpe
Por não ter ficado lá
Não posso aceitar a culpa
De pecados que não foram meus
Por desvios que não cometi
Por ter sido fraco
E permitido a dor me abraçar
Não exijo qualquer razão
Entenda,
Não quero saber
Não me importa quantos
Caminhos você quis percorrer
Mas não posso violar meu ninho
Como quem se justifica por prazer
Por prazer, não quero!
E se for, que seja por amor
Mas não vou aceitar
E deixar você me atacar.
Eu sinto muito
Não ter sido capaz de aguentar
Podia ter guardado
Podia ter esperado
Mas, veja bem
Eu não sei enganar.
Não quero esconder meus olhos
Porque você já os viu
Minh'alma, meus planos
Não quero ter de mudar.
Mas olhe pra mim e veja
Eu sou um anjo ferido!
E não vou te negar...
Ainda não aprendi a amar.
Portanto, entenda
Que mesmo com toda essa calma
Ainda não aprendi a perdoar.
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Escrituras
Sei que as coisas já não são mais
O que costumavam ser há algum tempo atrás
Você, como eu, tinha um grande ideal
Que ninguém roubaria
Ninguém roubaria
Mas a noite chegou e as crianças cresceram
As flores se abriram, as flores morreram
O tempo passou e a verdade chegou:
Não somos mais tão juvenis
Escrevemos no chão para lermos no céu
E tivemos um sonho desenhado no papel
Mas você não seguiu o roteiro
Ah, você preferiu de outro jeito
Você lê o mundo, assim como eu faço
E pode julgar, eu sei. É o compasso do passo
A lógica é simples: você já sacou
E agora, minha amiga... O que nos restou?
Sua sabedoria - que sempre questionei
Era vã - eu sabia! -, mas não lhe contei
Que você resolveu olhar pra outro céu
E você escolheu olhar pra outro céu
As escrituras nos mostram o que escondemos
O que os outros guardam
Deixe que fique com eles...
Deixe que deixem com eles...
Não nos diga como as pessoas deviam ser
Não garanta que tudo do mundo você pode conhecer
Sua palavra não é a voz superior
Sua arrogância, minha amiga...
Ah, sua arrogância
Te desmoronou
E sei, você sempre quis
Boa classe, luxo e grana
Sufocar sua alma
Jogá-la na lama
Pra mim, você sabe
Isso nunca foi nada...
Você nunca foi nada...
Você não sabe nada
Você não sabe nada....
O que costumavam ser há algum tempo atrás
Você, como eu, tinha um grande ideal
Que ninguém roubaria
Ninguém roubaria
Mas a noite chegou e as crianças cresceram
As flores se abriram, as flores morreram
O tempo passou e a verdade chegou:
Não somos mais tão juvenis
Escrevemos no chão para lermos no céu
E tivemos um sonho desenhado no papel
Mas você não seguiu o roteiro
Ah, você preferiu de outro jeito
Você lê o mundo, assim como eu faço
E pode julgar, eu sei. É o compasso do passo
A lógica é simples: você já sacou
E agora, minha amiga... O que nos restou?
Sua sabedoria - que sempre questionei
Era vã - eu sabia! -, mas não lhe contei
Que você resolveu olhar pra outro céu
E você escolheu olhar pra outro céu
As escrituras nos mostram o que escondemos
O que os outros guardam
Deixe que fique com eles...
Deixe que deixem com eles...
Não nos diga como as pessoas deviam ser
Não garanta que tudo do mundo você pode conhecer
Sua palavra não é a voz superior
Sua arrogância, minha amiga...
Ah, sua arrogância
Te desmoronou
E sei, você sempre quis
Boa classe, luxo e grana
Sufocar sua alma
Jogá-la na lama
Pra mim, você sabe
Isso nunca foi nada...
Você nunca foi nada...
Você não sabe nada
Você não sabe nada....
Teatro de Rua (Cena Final)
Silêncio.
Nenhum passo é ouvido
Espero.
Dá pra sentir, no rosto, a chuva rala que cai
Inexorável
Tal qual minha austera certeza
Há ligeira brisa no ar
Aprecio o clima - meu favorito.
O céu, pintado de um azul quase negro
Aperta minha palma enrubescida...
Atento-me para uma voz
"Um artista. Eis o que ele foi."
Desço um andar
Ouço melhor
"Um ser humano incomparável
Dotado de tamanha sensibilidade
Com um coração jamais igual visto"
Esboço um sorriso
Não é de alegria, eu sei.
Há algo debochado em meu olhar
Outra voz rasga o ar
"Um melhor amigo que alguém já pôde ter!
Dotado de tamanha sensibilidade
Com um coração jamais igual visto"
Começo a perder o interesse
Em seguida, vejo a cena principal:
O grande cofre de claro marfim começa a imergir no solo
Observo lágrimas
E parecem tão sinceras
Mas começo a refletir
E as questiono.
Por que, então, não me foram dadas nos anos anteriores?
Por que tais palavras, ditas com tanta verdade
Não me foram proferidas
Enquanto meu corpo transitava junto a vossos corpos?
Parto.
Deixando para trás, completamente
Todas aquelas pessoas que ouvi com pesar.
Procuro por um isqueiro em um dos bolsos de meu paletó
E acendo outro cigarro
Enquanto trago, penso:
Um pequeno artigo indefinido no mundo
Dotado de tamanha sensibilidade
Com um coração jamais igual visto.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Love Song
Ah...
Se eu pudesse, te daria
toda a minha força
Meu poder em convencer
Minha coragem
Se eu pudesse, te daria
Meu título de Doutor
na arte que tanto condeno
Te daria toda a verdade
que sou capaz de pronunciar
E tiraria de você
esse olhar entristecido
Te daria mais que tenho
Te faria melhor que a mim
E te poria no lugar
daqueles que tanto venero
Te daria meu potencial
Minha capacidade de morrer
De ressuscitar... de explodir!
Se eu pudesse, meu sol
Te daria minha lua
Minha virtude mais secreta
Minha solidão mais sagrada
Ah, se eu pudesse...
Se eu pudesse, tomaria de ti
Todos os seus traços
E seria você
Porque você entenderia, enfim
Tudo aquilo que dói em mim
Se eu pudesse, te daria
toda a minha força
Meu poder em convencer
Minha coragem
Se eu pudesse, te daria
Meu título de Doutor
na arte que tanto condeno
Te daria toda a verdade
que sou capaz de pronunciar
E tiraria de você
esse olhar entristecido
Te daria mais que tenho
Te faria melhor que a mim
E te poria no lugar
daqueles que tanto venero
Te daria meu potencial
Minha capacidade de morrer
De ressuscitar... de explodir!
Se eu pudesse, meu sol
Te daria minha lua
Minha virtude mais secreta
Minha solidão mais sagrada
Ah, se eu pudesse...
Se eu pudesse, tomaria de ti
Todos os seus traços
E seria você
Porque você entenderia, enfim
Tudo aquilo que dói em mim
quinta-feira, 29 de maio de 2014
1986 (A Mundana Tragédia)
Você se comporta como quem não se importa
E eu assisto a véspera da tragédia
Do nosso caso redobrado
Amassado
Acabado
Foi preciso mais de um ano
E algumas semanas de vermelhidão
Pra chegar, finalmente, à conclusão
De que ninguém, nunca, vai mudar
Não espere que eu admita
Que aceite ou pondere
Suas dissimulações
Seu caráter
Tudo aquilo que me destrói
Eu sou a lua que, minguando, some
E crescendo explode
Todo o medo do seu sol
Meu sol, você
Cheio de desejos fúteis
Tão humano e tão distraído
Que mal se ajeita frente a mim
Sumo, sempre, pós a morte
De toda a sua beleza
Quando, na verdade
Deveríamos nos opor
E, por fim, encontrar o amor
Que nossa oposição deveria oferecer...
E eu assisto a véspera da tragédia
Do nosso caso redobrado
Amassado
Acabado
Foi preciso mais de um ano
E algumas semanas de vermelhidão
Pra chegar, finalmente, à conclusão
De que ninguém, nunca, vai mudar
Não espere que eu admita
Que aceite ou pondere
Suas dissimulações
Seu caráter
Tudo aquilo que me destrói
Eu sou a lua que, minguando, some
E crescendo explode
Todo o medo do seu sol
Meu sol, você
Cheio de desejos fúteis
Tão humano e tão distraído
Que mal se ajeita frente a mim
Sumo, sempre, pós a morte
De toda a sua beleza
Quando, na verdade
Deveríamos nos opor
E, por fim, encontrar o amor
Que nossa oposição deveria oferecer...
quinta-feira, 6 de março de 2014
"O Que a Água Me Deu"
Inacreditavelmente inacreditável
Você me veio
Subindo
Em meio à penumbra do cemitério
Trazendo nas mãos mais de um sonho
Como posso acreditar
Que entre toda essa bagunça
Todo esse inferno
Você pode ser real?
Marcando o fim do intenso inverno
Vencendo o frio e surgindo sobre a neve
E, mesmo no começo, chegamos à conclusão
De que, sobre o amor, sempre seremos iniciantes
Somos eternos inexperientes
Porque o amor é apenas natural
sábado, 1 de março de 2014
Prólogos da Primavera
Sinto o perfume
Fecho os olhos
Se aproxima
Estou cercado
Sorrio
Eu
Você
Vênus
Sol
Um
Sete
Quinze
Trezentos Mil reais e três mil horas
E, finalmente
Você chegou!
Fecho os olhos
Se aproxima
Estou cercado
Sorrio
Eu
Você
Vênus
Sol
Um
Sete
Quinze
Trezentos Mil reais e três mil horas
E, finalmente
Você chegou!
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Platonismo
Eu só quero que você me queira
E isso não seria menos egoísta
Isso não significa que seria seu
Isso jamais te faria meu
Mas só queria que me desejasse
Tudo o que você faz me deixa perdido
E você não é capaz de me encontrar
Seja em casa, seja na rua, seja no movimento desajeitado de seus olhos
Ou mesmo nos "vãos-e-vens" de seus lábios suados
Tampouco me encontraria em você
Eu quero muito que me queiras!
Porque aprecio o seu gostar de alguém
Invejo os donos de seus olhos
Ou talvez o dono do botequim que você frequenta
Principalmente o garçom que te atende
Queria ser seu grande amor
Pra receber de você as mais melosas poesias
E as canções mais piegas que você compõe
E poder gozar de seus beijos
"Imaginavelmente" coloridos
Penso no quanto seria feliz se me quisesse
Se pudesse se confessar meu admirador
E roubar o meu encalço
Só pra enxergar minhas costas
Enquanto vago pra lá e pra cá
Mas "não-me-querer" não significa "não-me-quererá"
E "não-me-quis" não significa "não-me-quer"
Quem sabe o seu malquerer seja todo o seu quero?!
Ou o meu "querer-que-me-queiras" seja "querer-me-querido"?
No entanto, enquanto espero que queira-me
Quero-me como nunca me quis
E quero-te mais que quero que queira-me.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Náufrago
Viajar em dois universos e ainda se manter em seu lugar
Colher estrelas maduras para enfeitar a cesta de "café da noite"
Ouvir todos os dias as mesmas palavras
E continuar desejando ouvi-las
A maré transborda, chacoalha
Leva e traz amores suburbanos, quixotescos, rubros
E molha as margens de algures com as energias oceânicas
A maré
Um som cacofônico e poético
Sublime e simples
Pertencente a ninguém
Transeunte presente em muitas calçadas
Das ruas da vida
Amar é
Está baixa.
Carregada, todavia, de sonhos e desejos humanos
Limitados ao vão dos alienadores e dos alienados
Que se contentam com seus cartões felicitativos
E tentam dormir em paz.
sábado, 25 de maio de 2013
Amor Omnia Vincit
De onde vem?
Uma vida
Um mundo único
Completamente próprio
Que se funde ao meu
E se faz um, comigo
Será que esse é o amor do qual todos vivem falando?
Será que estou pronto?
Está chegando a hora, eu vejo
E isso tem mexido comigo
Com meus músculos
Com meu humor
Com minhas horas
Com meu estômago
É completamente novo
E é meu. Só meu.
Em algum momento de nossas vidas, será do mundo
Mas continuará sendo meu.
Só meu.
Tenho notado as estrelas
E a lua, outrossim
Essas coisas tão presentes
Das quais todas as pessoas se esquecem
Por causa das grandes rotinas e capitais idem
Mas tens me feito perceber
Detalhes da vida, coisas pequenas
Que tem feito tanta diferença!
Amo-te tanto!
E sei que também me amas.
Embora ainda não tenha visto teus pequenos olhos
Ou tocado tuas mãos, tua pele pura
Tenho te protegido, aqui
Mas pareces tão frágil!
Tão descuidado, tão vulnerável... Tão dependente!
Que tenho medo até de te tocar.
Falta pouco, agora.
A ansiedade quer me devorar
Mas cada dia desde sua chegada em meu ventre
Tem valido a pena
E valerá ainda mais, eu sei.
Porque a vida que carrego hoje, comigo
Já é amada por mim
E é isso o que importa.
E mesmo que o mundo tente te fazer escolher outros caminhos, diferentes dos meus
O meu amor jamais se transformará.
Porque o tempo está cuidando do nosso sentimento hoje
E nada o destruirá.
E quando, enfim, estiver em meus braços
Assegura-te de uma coisa:
Não importa como você esteja.
Eu aprendi a te amar.
Porque você é meu.
Só meu.
Thanks to Béu and Duda and all the mothers and kids in this world inspiring me to write that.
And special thanks to D.J. for loving me.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Esperança [Reflexo de Transparência] (Recortes II)
Muita coisa entre nós cresceu
E o que vivíamos, antes, continua vivo.
E o que sentíamos, ainda sentimos
E todas aquelas horas ao telefone
E cada segundo em silêncio
E cada suspiro
E cada riso
E cada voz
E cada beijo
É teu.
E tem sido apenas teu.
És o dono de cada sentimento
De cada momento
E cada pedaço do que fiz com teu coração
Tem sido amado pelo meu, em segredo, durante a noite
E as flores que foram cortadas do jardim
Enfeitam um caminho novo, polido, limpo... Limpo!
Todo o meu amor é teu.
E isso, ninguém pode te roubar.
Por mais que os anos passem
E a gente envelheça
Tu sempre serás o meu Cavaleiro.
E eu sempre serei teu Príncipe.
Porque nós nunca vamos morrer.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Memória
Voltar a ter a luz
Encontrar um foco, focar os olhos
E rumar para o norte
Estou perdendo os sentidos
Perdendo o cheiro, o sabor, o sim e o não
Cobrindo toda a virtude
E revelando uma fria camada de solidão
Não sei pra onde ir
Em qualquer lugar, seria assim:
Quero demais. Mais do que podem me oferecer.
E querer me faz sofrer.
Não estou seguro de nada
E "nada" nunca é "nada".
Queria um banho de certezas
E um sorriso de manhã...
Queria um sonho, também
Pra seguir, sem ter que seguir sozinho...
Porque preciso sonhar um sonho para dois.
Preciso manter o controle...
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Recortes [I]
Quero me prender.
Quero um amor que me enlouqueça
Que me aprisione
Que me liberte...
Que seja hecatombe,
Que seja panaceia...
Quero um amor que invada e inunde minhas manhãs
E que me faça ser apaixonado pelo mesmo homem todos os dias de minha vida...
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Nó da Gravata
Vil e honesto
Tão severo e torturante
Me aprisiona dentro de mim
Humilde sufoco!
Senta-se tão robusto em sua banqueta
Com paletó e gravata-borboleta
Daquelas que não se usam nós.
E eu morro a cada segundo
Aguentando e segurando os pingos
De cada "i" que ficou imerso
Na imensidão do meu pensamento secreto.
Correndo suado, eu
Fugindo de alguém... De quem?
De mim?... De mim.
Do meu próprio medo, ao qual me fiz refém
Escravizei minha solidão.
Escravizei minha alma.
Acorrentei as duas amigas
E as lancei no profundo ar...
Esse sufoco esdrúxulo!
Maldito filho do erro!
Tem culpa no cartório
E de mim não faz zelo...
Também, pudera
Eu, inútil iniciante
Soprei apenas uma vela...
E o que faço com as restantes?
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Panaceia
Ninguém me vê... Ninguém existe.
São lágrimas, aqui.
Deixem-me chorar!
Eu preciso estar triste...
Atiraram-me ao rio
Meu corpo flutua "demi-sec"
Seu corpo nu reflete em minha tez pálida
Tento não imergir
Você me puxa, me assopra.
Sou uma folha...
Voo.
E sou tão sensível!
Seu toque parte-me ao meio. Parte-me em mil pedaços...
Inexisto, então.
Transformo-me em poeira
Transformo-me em poeira
E invado seu quarto
Invado sua vida e invado suas narinas
Estou em você.
Respiro toda a sua respiração
Faço parte do seu ar
Danço em seus pulmões manchados de cigarros
E tento encontrar meu lar
Mas um impulso me domina
Saio, com o vento
E estou deitado ao seu lado
Ofegante, suplicante
Seus olhos me maltratam
Há sangue dentro deles, consigo ver, agora
Preciso de uma fuga.
Estou caindo, novamente
Estou no abismo mais profundo:
Seus dedos.
Eles transam a minha inocência
E me fazem criança no cômodo incômodo de seu colo
Você tragou minha vida
Como trago esse desconhecido esfumaçado que compartilhamos.
Adormeço.
Outro relâmpago.
A chuva está forte.
E a tristeza foi só uma folha que chutei sem querer.
Special thanks to Fluvial Waters. You always kept me awake.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
True Blood
Gostos, gestos, movimentos
Todos os possíveis coincidentes
Efêmeros incidentes
Aproximando-nos “acidentalmente”
Num relicário aveludado
Há aspas e sentimentos escondidos
Corações brutalmente feridos
Exímios patéticos ruídos
Heroína, cocaína, salvação
Um Jesus desolado, abatido e invertebrado
Um louco esquizofrênico, machucado
Absolvido do ímpeto do sagrado pecado
Vento no rosto, no braço e no corpo
E um pouco de mãos e beijos de despedida
Porque depois de toda a saída
Você começa a penetrar minha esboçada vida.
E sua vida faz-se nossa
Meu peito assopra o seu hálito
A febre, a nebulosa solidão
De estar sempre dentro de um espelho.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Jean Carlo (Por Vini)
Hoje quer, amanhã não quer, tudo que era difícil ficou fácil e não vale mais o desafio. Pois o fogo é indomável e consumidor. Aliás, o fogo é isso mesmo, adorável, mas não pense que a sua doçura não queima. Queima. E deixa hematomas. Acredito que Jean não é ruim de coração, pois o faro não mente e o cheiro é bom, como grama molhada.
Contudo, pense: não se iluda! Outras pessoas já caíram na grama...
Pode ser rolando... Ou ralando.
E finalmente entra naqueles amores complicados,
pois tudo que é muito fácil não atrai, não dá liga na massa corrida que reboca o seu pobre coração.
O limite está ligado aos trópicos, ou talvez à galáxia, outra dimensão...
Mas quem nunca se apaixonou por um marciano, não é mesmo?
É tudo tão verde, que lembra a grama, da lama.
É do tipo que fala “não me importo” pra ficar todo importado pelo desdém.
Faz-se forte, pra ficar forte e acreditar que força rege tudo e une continentes.
Da tal da esperança e do "não se importar" surge a desconfiança, de que ser feliz é ser simples e simplicidade é ofício - se aprende.
Liberdade. Quem a tem, e quem, aos ferros, cala tua voz?
Que as nuvens sempre acompanhem teu caminho e te guiem às árvores de descanso... Não que ficarás nessa sombra para sempre. Nômade de almas caminhando ao sol; queimar-se é prazer, é pra provar que vivo está.
Por: Viníciusde Moraes Santini
Contudo, pense: não se iluda! Outras pessoas já caíram na grama...
Pode ser rolando... Ou ralando.
E finalmente entra naqueles amores complicados,
pois tudo que é muito fácil não atrai, não dá liga na massa corrida que reboca o seu pobre coração.
O limite está ligado aos trópicos, ou talvez à galáxia, outra dimensão...
Mas quem nunca se apaixonou por um marciano, não é mesmo?
É tudo tão verde, que lembra a grama, da lama.
É do tipo que fala “não me importo” pra ficar todo importado pelo desdém.
Faz-se forte, pra ficar forte e acreditar que força rege tudo e une continentes.
Da tal da esperança e do "não se importar" surge a desconfiança, de que ser feliz é ser simples e simplicidade é ofício - se aprende.
Liberdade. Quem a tem, e quem, aos ferros, cala tua voz?
Que as nuvens sempre acompanhem teu caminho e te guiem às árvores de descanso... Não que ficarás nessa sombra para sempre. Nômade de almas caminhando ao sol; queimar-se é prazer, é pra provar que vivo está.
Por: Vinícius
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