quarta-feira, 12 de junho de 2013

Náufrago



A maré
Viajar em dois universos e ainda se manter em seu lugar
Colher estrelas maduras para enfeitar a cesta de "café da noite"
Ouvir todos os dias as mesmas palavras
E continuar desejando ouvi-las

A maré transborda, chacoalha
Leva e traz amores suburbanos, quixotescos, rubros
E molha as margens de algures com as energias oceânicas

A maré
Um som cacofônico e poético
Sublime e simples
Pertencente a ninguém
Transeunte presente em muitas calçadas
Das ruas da vida

Amar é
Está baixa.
Carregada, todavia, de sonhos e desejos humanos
Limitados ao vão dos alienadores e dos alienados
Que se contentam com seus cartões felicitativos 
E tentam dormir em paz.